4  Biossegurança

Falar sobre biossegurança no lab

Limpeza, contaminação, perigos, EPI, etc

Produtos perigosos: Ácido bórico

A biossegurança é um conjunto de normas e medidas empregadas para prevenir os trabalhadores de riscos e evitar acidentes de trabalho envolvendo agentes biológicos e reagentes nocivos, agindo diretamente na contenção e eliminação dos riscos de exposição. Segundo a Anvisa, a biossegurança é uma “condição de segurança alcançada por um conjunto de ações destinadas a prevenir, controlar, reduzir ou eliminar riscos inerentes às atividades que possam comprometer a saúde humana, animal e o meio ambiente”. Entretanto, apenas em 1970 o conceito de biossegurança foi implementando, visto que se observou que profissionais de laboratórios e da área da saúde apresentavam uma taxa maior de certas doenças em relação a outros profissionais, e partir dessa data, começou-se a criar métodos e regras para que o ambiente de trabalho desses profissionais fosse mais seguro. As normas de biossegurança estão presentes na legislação brasileira, dispostas na Lei de Biossegurança 11.105 de 24 de março de 2015.

Existe um conjunto de normas a prevenir o risco da exposição a agentes biológicos infecciosos e reagentes químicos comumente manuseados pelos profissionais do laboratório. De maneira general, existem quatro princípios da biossegurança, sendo eles a avaliação de risco, a universalidade, as barreiras e a eliminação. Na avaliação do risco, os trabalhadores que manipulam agentes biológicos e reagentes devem saber os riscos e dominar as práticas e técnicas requeridas para manejá-los de forma segura. A universalidade prega que as medidas de biossegurança devem ser cumpridas por todos. Já as barreiras, são elementos utilizados como contenção contra a contaminação biológica, como equipamentos de segurança: luvas, macacões ou máscaras. Por fim, a eliminação garante que qualquer resíduo gerado deve ser descartado, seguindo de forma estrita determinados procedimentos específicos em função de sua tipologia.

Além da exposição a agentes biológicos frequentemente utilizados nas pesquisas laboratoriais, como microrganismos (bactérias, fungos, protozoários e parasitas), peixes e macrófitas, os pesquisadores manuseiam frequentemente reagentes tóxicos e inflamáveis. Os reagentes tóxicos presentes no laboratório de Biologia Molecular são o ácido bórico, que pode absorvido pelo trato gastrointestinal e inalação causando reações alérgicas, irritação nos olhos e no sistema respiratório; e o brometo de etídio, antigamente utilizado para a coloração do gel de agarose e considerado um agente mutagênico, tóxico, possivelmente carcinogênico e teratogênico. Já os reagentes inflamáveis utilizados com frequência no laboratório são o álcool isopropílico e etanol 100%, os quais devem ser manuseados com cuidado devido a sua capacidade de combustão rápida.

Assim, as atividades de biossegurança são fundamentais para proteção dos pesquisadores contra exposições ou liberações não intencionais de reagentes patogênicos. Essas atividades são implementadas usando um esquema de avaliação de risco e garantia de um local de trabalho seguro onde medidas adequadas sejam aplicadas para minimizar a probabilidade e gravidade de qualquer exposição em potencial a agentes patológicos, toxinas ou sua liberação acidental.

Reduzir os riscos aos quais os trabalhadores estão expostos é essencial nestes casos, ainda mais se levarmos em conta os tipos de materiais e de reagentes que eles utilizam em suas rotinas e ambientes de trabalho. Existem práticas de biossegurança simples para assegurar os pesquisadores, como os procedimentos relacionados com as Boas Práticas de Limpeza ou Higiene (BPL) e o uso de equipamentos de proteção individual (EPIs) e coletiva EPCs), os quais possuem o objetivo de proteger os profissionais do contato com substâncias danosas como reagentes tóxicos e material biológico.

Alguns EPIs utilizados no laboratório de Genética Molecular são:

Já os EPC comumente utilizados são: